Os dois fundos de investimento imobiliário (FII) com a maior valorização em março foram o Brazilian Graveyard (CARE11) e o Newport Renda Urbana (NEWU11), com performance de 45,3% e 24,2%, respectivamente, no período, segundo dados divulgados pela casa de análise Spiti. Em comum, eles são dois FIIs com lastro em tijolos. Mais que um ponto fora da curva, Ricardo Figueiredo, especialista em fundos imobiliários da casa de análise, afirma que existem mais ativos dessa categoria com grande potencial de crescimento para investir. “Se os investidores resolverem pagar o ‘valor justo’ por determinado FII, há importante potencial, sim”, afirma Figueiredo. “Mas, claro, é preciso que alguém interprete e pague aquilo que é entendido como justo no valor (“valuation”) feito por nós, analistas.”
O especialista da Spiti exemplifica com um fundo de tijolo, que pode ser uma laje corporativa, um galpão logístico ou centro de distribuição, hotéis, hospitais ou shopping centers, entre outros, que tem cota patrimonial ao redor de R$ 105, mas o papel está sendo negociado a R$ 70 na bolsa de valores. Esse desconto de 33% é que representa a oportunidade de um ganho potencial para o investidor.
“Essa é uma assimetria muito favorável, afinal, o potencial de queda é muito menor do que a chance de alta. E um detalhe: se o ativo ficar ‘parado’ nos R$ 70, há um carrego de renda ao redor de 9% ao ano. Como FII é isento de imposto de renda, isso se compararia a um retorno de investimento em renda fixa na faixa de 10,5% a 11,5%, dependendo da faixa do IR”, diz Figueiredo.
Por que a cota de um fundo cai, mas a rentabilidade sobe?
O valor da cota de um FII e sua rentabilidade não sobem ou caem ao mesmo tempo nem pelo mesmo valor. Ambos têm certa independência, e isso pode ser bom para você, investidor e investidora. Quer saber por que isso acontece? Leonardo Nascimento, sócio-fundador da Urca Capital Partners, explica abaixo na Entrevista da Semana:
Qual é o futuro dos fundos imobiliários?
O especialista ressalta, porém, que essa alta ainda é uma pequena recuperação do que o setor perdeu durante a pandemia da covid-19. “Quando a gente olha para frente, ainda vemos muitos fundos com o valor dos ativos em níveis atrativos. O tombo foi tão grande que tivemos a devolução de uma pequena parte, então ainda há perspectiva de boa valorização”, disse. Para ele, de uma forma geral, a retomada dos resultados positivos se dá, também, pela ocupação dessas áreas que até então estavam vagas.