Dividendos de fundos imobiliários são os maiores desde 2018

Retorno voltou a subir e alcançou 11,79%
Pontos-chave:
  • O aumento da inflação e avanço dos juros afetaram o retorno da remuneração
  • O descolamento entre o preço da cota e o rentabilidade pode ser atribuído ao descompasso de variáveis macroeconômicas

Você fica de olho nos dividendos pagos pelos fundos imobiliários? Certamente sim e, a partir de agora, você deve redobrar sua atenção. Isso porque o retorno com dividendos do IFIX, que é o índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na Bolsa de Valores, voltou a subir e alcançou 11,79%. Ou seja: este é o maior retorno da média dos fundos desde 2018, segundo relatório da XP. Além da desvalorização das cotas nos últimos meses, ainda há o aumento da inflação e dos juros como responsável pela elevação do retorno com dividendos do IFIX.

Os FIIs de CRI representam cerca de 45% do IFIX. Diante disso, o retorno com dividendos do indicador é impactado pela alta de juros e inflação em maior escala, segundo a XP. Em 2019, os fundos de CRI representavam 22% do Ifix e não tinham, tanta influência no índice.

É importante separar a variação do valor da cota, dos dividendos. Isso porque, enquanto os preços dos ativos caíram no ano passado, a rentabilidade entregue pelos fundos seguiu a direção contrária e superou a dos últimos dois anos.

Por que dividendo e cotas dos FIIs são descolados?

O descolamento entre o preço da cota e o retorno do papel pode ser atribuída ao descompasso de variáveis macroeconômicas durante todo o ano de 2021. A inflação, que no início se mostrava sob controle, seguiu em uma trajetória ascendente e não deu outra alternativa ao Banco Central que não fosse o início do ciclo de aperto monetário. Não era esperada, porém, a velocidade na qual se daria o ritmo de aumento da taxa básica de juros.

Interesse maior por shoppings

Outro destaque de janeiro, segundo a instituição, foi o aumento do interesse das pessoas físicas pelos fundos imobiliários do segmento de shoppings. Pelo segundo mês consecutivo, houve mais compradores do que vendedores das carteiras. O retorno com dividendos dos fundos de shoppings em janeiro, de 8,45%, pode ter estimulado o interesse nas carteiras do segmento. O percentual está bem acima do histórico recente das carteiras, prejudicadas pelas restrições impostas pela pandemia da Covid-19.