Como escolher ações de empresas menores, as small caps?

Stock picking ou ETFs: conheça as alternativas e decida o que é melhor para sua carteira
Pontos-chave:
  • Com o stock picking, o próprio investidor garante a qualidade dos ativos que selecionou
  • Já os ETFs oferecem alta liquidez em papeis nem sempre tão desejados

As pequenas empresas da Bolsa de Valores podem representar grandes oportunidades. Afinal, se o objetivo é crescer e ter sua ação compondo o Ibovespa, elas ainda não chegaram lá e há chance de grande valorização dos papéis. Muita gente já sabe que investir em small caps pode ser uma boa alternativa. Mas qual é o melhor jeito para fazer isto? Será via ETFs, que agrupam vários papéis num só instrumento, ou investindo diretamente nas ações? A resposta é: você precisa conhecer o racional de cada uma das estratégias antes de fazer sua escolha. Então, vamos lá. 

Stock picking: escolhendo as ações com lupa

Uma das formas de investir em small caps (e em ações, no geral) é fazendo o que o mercado chama de stock picking. Por essa estratégia, você compra ações com grandes chances de valorização e lucra vendendo os ativos por um preço maior que pagou. A ideia é escolher ações pela qualidade das empresas, olhando sempre o preço do papel. Portanto, é preciso analisar bem o histórico de rentabilidade da companhia, a administração dos gestores e o preço do ativo para desenhar um potencial de valorização. 

André Zonaro, analista da Nord Research, diz que para buscar um bom retorno, o ideal é que você faça a escolha de ativos. “O problema dos ETFs é que eles são compostos por muitas empresas, umas com resultados excelentes, outras medianas e há ainda aquelas cuja rentabilidade é bem ruim”. 

Uma coisa é fato: o velho ditado que diz que o olho do dono engorda o gado vale também para o mercado financeiro. “Um ponto de atenção ao investir em small caps é escolher boas empresas e acompanhar resultados, afinal, estamos nos tornando sócios delas”, diz Rodrigo Wainberg, head de ações Brasil na Suno Research. Escolher bem e acompanhar pode ser ainda mais importante no caso das small caps, já que você deve precisar carregar essas ações por um bom tempo para ter lucro. 

ETFs: o pacote vem pronto

Os ETFs trazem uma cesta de ativos diversificada, que pode incluir boas ações e outras não tão boas. Os fundos mais famosos desse segmento no Brasil replicam o índice de Small Caps (SMLL). SMALL11, gerido pela BlackRock, XMALL11, gerido pela XP Vista Asset Management, e SMABB11, do BTG Pactual, seguem o índice de ações com menor captalização da Bolsa. 

Mas nem todo ETF precisa apenas replicar o rendimento de um setor, sem adicionar critérios. A Teva Indices desenvolveu, em parceria com a Trígono Capital, um ETF que acompanha o índice Teva Ações Micro Caps, que reúne 91 empresa de 16 setores. São selecionadas as menores companhias que cobrem 5% da capitalização de mercado da Bolsa. Portanto, há pouca intersecção com o Ibovespa. Ou seja: empresas do ETF, em geral, não compõem o Ibovespa, o que pode acontecer no SMLL.

As vantagens do ETF

Há algumas vantagens de investir em um ETF de small caps como o TRIG11. A liquidez é uma delas. Essas empresas menores não são tão negociadas quantas as que estão no Ibovespa e, portanto, pode ser difícil comprar ou vender seus papéis individualmente. O fundo cumpre o papel de comprar essas ações e ainda entrega mais liquidez ao investidor, endereçando uma das maiores preocupações quando o assunto são as small caps. “Se você for comprar todos os 91 ativos que compõem o ETF vai gastar um bom dinheiro, mas consegue comprar uma cota do fundo por R$ 50”, explica Gabriel Verea, CEO da Teva Indices.

Há ainda outros critérios que aumentam a qualidade dos ativos que compõem o ETF. Alguns deles são liquidez mensal superior a R$ 50 milhões, free float (percentual de ações livre para negociação no mercado) maior do que 20%; não estar em processos de recuperação judicial e filtros ESG que excluem empresas dos setores de tabaco e armamentos, empresas com patrimônio líquido negativo ou que não publicam seus demonstrativos financeiros nos prazos regulatórios.