Caixa libera até 50% do saldo do FGTS para compra de ações da Eletrobras

Confira o passo a passo para autorizar o uso dos recursos para a oferta de ações da companhia, que será privatizada
Pontos-chave:
  • Valor mínimo para a aplicação é de R$ 200,00 e reservas podem ser feitas entre 3 e 8 de junho

A Caixa informou no último sábado (29) que trabalhadores poderão investir recursos do FGTS na compra de ações da Eletrobras.

Quem tem conta vinculada ao FGTS, ativa ou inativa, já pode consultar o saldo disponível para aplicação na oferta da empresa e simular aplicação em Fundos Mútuos de Privatização (FMPs) da companhia.

As reservas de saldo poderão ser feitas entre 3 e 8 de junho junto à instituição administradora escolhida e autorizada pelo trabalhador. O valor mínimo para a aplicação é de R$ 200,00 por trabalhador, sendo possível utilizar até 50% do saldo disponível na conta do FGTS, segundo comunicado da Caixa.

Para aplicar os recursos, antes o interessado deverá acessar o App FGTS e autorizar a instituição a consultar o saldo e realizar a reserva dos valores. O procedimento também poderá ser feito em agências do banco.

Em caso de dúvida, os trabalhadores devem acessar os canais de atendimento da Caixa: o telefone 4004-0104, para capitais e regiões metropolitanas, e o 0800 104 0104 nas demais regiões.

Como usar o FGTS para comprar ações da Eletrobras

Trabalhadores com recursos no FGTS poderão usar até metade do saldo da conta vinculada para adquirir ações da Eletrobras na privatização da estatal de energia.

O investimento será feito por meio dos fundos mútuos de privatização (FMP-FGTS), como já foi feito anteriormente em vendas de ações da Petrobras e da Vale. Os cotistas dessas carteiras são exclusivamente pessoas físicas com conta no FGTS.

O saldo do FGTS rende 3% ao ano, conforme previsão legal. Por isso, o investimento nas ações da Eletrobras é uma alternativa para quem quer tomar mais risco com o objetivo de tentar um retorno mais alto.

A variação acumulada das ações ON da Petrobras desde agosto de 2000 chega a 1.236,2%, acima do acumulado do CDI (1.025,9%), do Ibovespa (513,7%) e do FGTS (152,7%) no mesmo período.

No caso da Vale, as ações ON acumulam valorização de 3.426,4% desde março de 2002, período em que o CDI acumula alta de 777,4%; o Ibovespa, de 701,6%; e o FGTS, 133,4%.

Participação individual ou via clube de investimentos

De acordo com manual publicado pela Caixa, administradora do FGTS, no fim de março, a participação dos trabalhadores nos fundos poderá se dar de forma individual ou por meio de clubes de investimento.

A aplicação em cotas de FMP poderá ser de até 50% do saldo de cada conta vinculada, valendo para operações no âmbito do Programa Nacional de Desestatização e/ou similares estaduais aprovados pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI).

Porém, no limite de 50%, serão levados em conta todos os investimentos que o trabalhador tem em FMP-FGTS. Ou seja, se o investidor tem parte de seu FGTS ainda aplicado em ações da Petrobras e da Vale, esse montante deve ser deduzido para saber quanto poderá ser destinado, agora, às ações da Eletrobras.

“A limitação de 50% do saldo total da conta vinculada deverá ser observada a cada aplicação, tendo como base o saldo da conta vinculada e consideradas as utilizações anteriores no FMP-FGTS”, diz a Caixa no documento.

A aplicação com FGTS nos fundos de ações da Eletrobras será feito por meio de instituições que atuarão como administradoras de FMP — o que deverá atrair o interesse de bancos e plataformas de investimento para distribuir o produto.

Para isso, o trabalhador terá de escolher uma administradora de FMP e autorizá-la a ter acesso a dados cadastrais da conta vinculada e aplicar os recursos, que não poderão ser movimentados por um período determinado.

O investidor poderá consultar o aplicativo do FGTS para saber qual o valor tem disponível para aplicação em FMP e autorizar administradora de FMP a consultar o saldo e solicitar a reserva do saldo para a aplicação.

A privatização da Eletrobras será feita na forma de capitalização, ou seja, por meio da emissão de novas ações que serão oferecidas no mercado. Dessa forma, a União terá diluída sua participação no capital e deixará de ser o maior acionista da empresa.

A estimativa de bancos de investimento é que a oferta movimente em torno de R$ 30 bilhões, o que fará dela, com folga a maior do ano.