Alta dos juros dispara valor das dívidas das empresas; saiba como isso atinge os minoritários

Dos R$ 250 bilhões de recursos captados no ano passado por emissões de debêntures, 76% estão atrelados ao CDI
Pontos-chave:
  • Custo mais alto não coloca em questão um risco de solvência para as companhias
  • Haverá uma redistribuição do resultado, que antes ia para o acionista, agora vai também para o credor

As empresas que acessaram o mercado de capitais para vender títulos de dívida em 2021 aproveitando o cenário de Selic baixa verão seus custos com despesas de juros quase dobrar em 2022.

Isso porque, dos R$ 250 bilhões de recursos captados no ano passado por emissões de debêntures, 76% estão atrelados ao CDI.

Esse custo mais alto ainda não coloca em questão um risco de solvência para as companhias, que, na maior parte dos casos, ainda exibem um nível de alavancagem baixo. Mas certamente afetará a rentabilidade das empresas, com efeito direto sobre o lucro e, consequentemente, sobre a capacidade de crescimento no médio prazo.

“O que o juro mais alto provoca é uma redistribuição do resultado, que antes ia para o acionista e, agora, vai também para o credor”, afirma o sócio da gestora de recursos JGP, Alexandre Muller.

O que você tem a ver com isso?

Você, minoritário e minoritária, tem muito a ver com isso. Com o aumento da dívida, a empresa terá seus resultados impactados. E, como bem explicou o sócio da JGP, a companhia vai colocar nessa conta o pagamento ao credor. Assim, a distribuição de dividendos e de juros sobre capital próprio deve ser recalculada.

Com reportagem do Valor Investe